Quantos diabéticos haverá mesmo em Portugal?
A resposta à pergunta que titula este "post" é complicada de responder. Se o número normalmente referido ronda os 6%, um estudo europeu publicado hoje vem contrariar este número, aumentando-o para os 10%.
O "Público" noticia hoje que cada vez os "Portugueses Sofrem Mais de Reumatismo, Hipertensão e Diabetes", tendo por base um relatório do Eurobarómetro. Lendo o relatório (disponível em http://europa.eu.int/comm/public_opinion/), vemos que 6% da população da UE tem alguma forma de diabetes, enquanto que 10% dos portugueses está a ser tratada devido à diabetes. Esta percentagem é mais elevada do que as estimativas que tinha ouvido até hoje. Seja como for, estamos em primeiro lugar destacadíssimo, seguidos pela Alemanha com 7,8%. (A título de curiosidade: O país de um dos maiores fornecedores de insulina do mundo, a Dinamarca, é aquele com menor incidência de diabetes: apenas 3,7%).
Os dados interessantes vêm a seguir: A incidência da diabetes, do reumatismo e artrite e da hipertensão está associada com o nível dos rendimentos, sendo maior para pessoas com rendimentos menores. Ou seja, as classes sociais mais baixas são as mais afectadas por estas doenças. Associado a este dado está também a estatística que diz que estas mesmas doenças têm também maior incidência entre a população com menor nível educacional.
Apesar de Portugal ter a maior população com doenças crónicas a nível europeu, somos dos que menos vão ao médico (apenas somos "batidos" pela Irlanda e pela Grécia).
E quantas pessoas fizeram uma glicemia no último ano? Em Portugal, 19,7% fizeram-na incluída em análises pedidas pelo médico (acima da média europeia que é de 12,1%), 7,6% por iniciativa própria (6,5% na UE) e 0,6% no âmbito de rastreios (UE 3,7%). Portugal é dos países em que se fazem menos exames médicos.
Finalmente, ficamos a saber que o português médio engordou 1,78kg desde 1996, sem ter havido um crescimento notório em termos de altura. Continuamos a ser os mais baixos da Europa, mas já não somos os mais leves (ficamos mais pesados que os franceses e irlandeses).
A alimentação dos portugueses foi a que menos mudou nesse mesmo período, apesar de acharmos que temos peso a mais e hábitos alimentares razoãveis.
Há muitos mais resultados neste relatório, relacionados ou não com a diabetes, mas o mais importante penso estar aqui resumido. Se forem ao sítio refrido, podem fazer o download do relatório e ver mais detalhes.
Os resultados deste estudo têm por base entrevistas porta-a-porta feitas a nível europeu (16370 em toda a UE), realizadas em Janeiro e Fevereiro deste ano. Em Portugal, a sondagem esteve a cargo da Metris, que efectuou 1000 entrevistas.
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A resposta à pergunta que titula este "post" é complicada de responder. Se o número normalmente referido ronda os 6%, um estudo europeu publicado hoje vem contrariar este número, aumentando-o para os 10%.
O "Público" noticia hoje que cada vez os "Portugueses Sofrem Mais de Reumatismo, Hipertensão e Diabetes", tendo por base um relatório do Eurobarómetro. Lendo o relatório (disponível em http://europa.eu.int/comm/public_opinion/), vemos que 6% da população da UE tem alguma forma de diabetes, enquanto que 10% dos portugueses está a ser tratada devido à diabetes. Esta percentagem é mais elevada do que as estimativas que tinha ouvido até hoje. Seja como for, estamos em primeiro lugar destacadíssimo, seguidos pela Alemanha com 7,8%. (A título de curiosidade: O país de um dos maiores fornecedores de insulina do mundo, a Dinamarca, é aquele com menor incidência de diabetes: apenas 3,7%).
Os dados interessantes vêm a seguir: A incidência da diabetes, do reumatismo e artrite e da hipertensão está associada com o nível dos rendimentos, sendo maior para pessoas com rendimentos menores. Ou seja, as classes sociais mais baixas são as mais afectadas por estas doenças. Associado a este dado está também a estatística que diz que estas mesmas doenças têm também maior incidência entre a população com menor nível educacional.
Apesar de Portugal ter a maior população com doenças crónicas a nível europeu, somos dos que menos vão ao médico (apenas somos "batidos" pela Irlanda e pela Grécia).
E quantas pessoas fizeram uma glicemia no último ano? Em Portugal, 19,7% fizeram-na incluída em análises pedidas pelo médico (acima da média europeia que é de 12,1%), 7,6% por iniciativa própria (6,5% na UE) e 0,6% no âmbito de rastreios (UE 3,7%). Portugal é dos países em que se fazem menos exames médicos.
Finalmente, ficamos a saber que o português médio engordou 1,78kg desde 1996, sem ter havido um crescimento notório em termos de altura. Continuamos a ser os mais baixos da Europa, mas já não somos os mais leves (ficamos mais pesados que os franceses e irlandeses).
A alimentação dos portugueses foi a que menos mudou nesse mesmo período, apesar de acharmos que temos peso a mais e hábitos alimentares razoãveis.
Há muitos mais resultados neste relatório, relacionados ou não com a diabetes, mas o mais importante penso estar aqui resumido. Se forem ao sítio refrido, podem fazer o download do relatório e ver mais detalhes.
Os resultados deste estudo têm por base entrevistas porta-a-porta feitas a nível europeu (16370 em toda a UE), realizadas em Janeiro e Fevereiro deste ano. Em Portugal, a sondagem esteve a cargo da Metris, que efectuou 1000 entrevistas.