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segunda-feira, agosto 23, 2004

Doce vitória em Atenas

Há quatro anos já houvera dois diabéticos tipo I medalhados olímpicos: O remador britânico Steve Redgrave (entretanto reformado) e o nadador norte-americano Gary Hall, Jr. Na passada sexta-feira, Gary - que fará 30 anos em Setembro e é diabético há 5 - revalidou o seu título olímpico nos 50m livres, com um tempo de 21,93s.
Mesmo sabendo que ele não deverá ler esta notícia, cá vão os parabéns atrasados pela sua nona medalha olímpica!

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Causa nostra

A causa da diabetes tipo I, também denominada diabetes insulino-dependente, é a morte das células beta dos ilhéus de Langerhans, localizadas no pâncreas e que têm a tarefa de produzir insulina. Uma variedade de factores, entre os quais factores genéticos, fazem com que o nosso sistema imunitário, responsável por "atacar" e "eliminar" corpos estranhos como bactérias e vírus, tenha uma reacção atípica e ataque as céluas beta. Ao fim de algum tempo, a diabetes manifesta-se por a produção de insulina ser insuficiente face à necessidade do corpo e, por fim, esta produção é nula.
Por acaso, hoje mesmo vem uma notícia no Público a relatar mais um passo bem-sucedido na cura da diabetes: A via que muitos cientistas perseguem é a de produzir novas células beta que depois são injectadas no corpo (mais precisamente, na veia que alimenta o fígado). A notícia relata o o sucesso na produção das tais células (para ratinhos).
A cura para todos, essa, ainda vem longe. Por enquanto, o melhor que temos mesmo são as injecções de insulina.

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terça-feira, agosto 10, 2004

Sítios interessantes (e tortuosos)
No sítio da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, encontra-se um documento interessante, cuja leitura tortuosa (está num português abrasileirado pejado de erros!) decidi empreender. Recomendo esta leitura a quem tenha conhecimentos científicos adequandos (o documento foi escrito por médicos e para médicos), bem como a paciência para decifrar o português péssimo no qual está escrito. Nem que seja por uma questão de superar o desafio intelectual que representa adivinhar, por vezes, o que querem eles dizer, tão mal-escrito está aquilo! Podem encontrá-lo aqui. Fala não apenas da nossa diabetes, mas de todos os tipos de diabetes mellitus. Se conseguirem filtrar a informação útil, poderão aprender algo de novo.

Chamava também a atenção para esta notícia do "Jornal de Negócios", que nos relata a chegada de um telemóvel medidor de glicemia ao mercado. Ainda não há em Portugal...
Obrigado a um dos co-autores do blog, Tiago Lemos, por me fazer chegar esta notícia.

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terça-feira, agosto 03, 2004

Regresso, parte II

Após quase dois meses de interregno, julgo ser chegada a altura de voltar a escrever neste blog, a partir de agora dedicado a falar apenas de diabetes. Dois meses dedicados a alguma reflexão sobre o que é e não é necessário fazer para a melhoria das condições dos diabéticos e do fenómeno associativo associado. Se, neste último, muito difícil é, por vezes, induzir mudanças significativas, já que implicariam mexer na natureza humana no que ela tem de mais abjecto (e eu sei que não sou deus), já na melhoria das condições dos diabéticos talvez haja um caminho mais fácil.
Falemos apenas de diabetes, porque os diabéticos precisam de conhecer esta deficiência que temos para melhor se tratarem. E dos meios, é claro (insulina, medidores, agulhas, lancetas, fitas, bombas infusoras, comprimidos, ...).
Comecemos pelo início: A diabetes é uma deficiência, do Lat. deficientia, substantivo feminino significando falta, imperfeição, insuficiência. Temos falta de células beta, o nosso pâncreas é imperfeito, somos insuficientes em insulina. O medo das pessoas em chamarem deficiência vem do facto de usualmente ser associado a características e limitações físicas ou mentais mais do que óbvias. No nosso caso, a deficiência, quanto melhor a conhecemos e tratarmos, mais subtil ela se torna.
O caminho de um qualquer movimento de apoio aos diabéticos deverá sempre ter em mente que a sua existência deverá ser efémera, esfumando-se no momento em que todos os diabéticos tenham acesso à informação e aos meios, de modo a que se torne invisível a linha (quanto a mim imaginária) que nos separa dessa inexistência que é a normalidade.
A escrita neste blog será, por isso, dedicada a partir de agora a esclarecer o que é esta deficiência, com rigor. E deixar as perguntas que ainda grassam pelas mentes de muitos de nós, umas com resposta, outras a pairar no ar, porque o conhecimento ganha-se assim.

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