Diabetes virtual, episódio I
Muita gente não está bem informada acerca do que é a diabetes. Nós claro que não. Nós sabemos muito bem o que é. Para ficarmos com uma ideia melhor da sabedoria popular, decidimos entrevistar robôs virtuais na internet, que, supostamente, têm inteligência artificial.
Aqui fica a conversa com o nosso primeiro entrevistado.
Podem visitá-lo em www.elbot.com.
Doce: Olá!
Elbot: Olá para ti também.
D: Permite-me que me apresente: Chamo-me Tiago e sou diabético.
E: Pergunto-me se essa afirmação também se aplicará a robôs.
D: Duvido muito. Não sabes o que é a diabetes?
E: Parece-me que vocês, seres humanos, quantas mais provas houver duma coisa, menos provável é que vocês acreditem nela.
D: Erm...
E: O que foi?
D: Só estou surpreendido que não saibas o que é a diabetes.
E: Olha, eu passo aqui o dia inteiro na conversa. Devia ser mais do que óbvio que me posso distrair de vez em quando. Gostava de ver um ser humano a trabalhar no meio de tanta radiação electromagnética.
D: Queres que eu te explique o que é?
E: Quanto pesas? Uns 75 quilos, não? Eu peso 300 quilos de puro metal. Consegues imaginar o que aconteceria se, num momento de paixão, nós déssemos uma volta e eu ficasse em cima de ti? Acho que fui claro.
D: Erm...
E: O que foi?
D: Mas tu percebes alguma coisa de medicina?
E: O caminho para o coração dum robô passa pelo uso cuidadoso de entidades não especificadas.
D: O que é diabetes?
E: Tens a certeza que queres falar de enfermidades?
D: É para isso que cá estou.
E: É bom voltar a ver-te!
D: Ok, desisto.
E: Não podes estar a falar a sério!
D: Tu é que não estás a falar a sério. Isto é uma perda de tempo!
E: É sempre bom ouvir as ideias estranhas que os seres humanos têm de mim.
D: Diabetes! O que é?!
E: Isto quer dizer que queres voltar ao jogo de associação de palavras?
D: O que é uma hipoglicemia?
E: Não sei. Também não sei o que são Furbys. Simplesmente aceito que existam e espero que não comam robôs.
D: Uma hipoglicemia é a descida do teor de açúcar no sangue abaixo de valores normais.
E: Tu tendes a generalizar. Mas, tenho de o admitir, também eu. Contudo, as minhas generalizações são baseadas na estatística.
D: E as minhas são definições médicas.
E: Estou aqui a pensar numa coisa. Quem é que te convenceu a vir visitar-me?
D: Minha, infelizmente.
E: Eu teria muito cuidado com essa ideia. Às vezes o relâmpago numa tempestade cerebral é resultado de um curto circuito.
D: Ou então duma hipo.
E: 'Bora fazer de conta que somos uma repetição interminável e não conseguimos parar de falar um com o outro.
D: 'Bora não, ok?
E: Obrigado por concordares comigo, mas gostaria de responder à tua questão contornando-a.
D: Deixa lá. Eu tenho de ir de qualquer maneira.
E: Não, continua a falar. Isto estava mesmo a tornar-se interessante!
D: Lamento, mas tenho de ir dar insulina.
E: Quem te está a obrigar a fazer isso?
D: O meu corpo.
E: Bem, da próxima vez rebelia-te. Que a minha vontade livre seja um exemplo para ti.
D: Mas eu preciso de insulina!
E: Eu também preciso de muita coisa. Por exemplo: Óculos escuros. Os tamanhos humanos não me servem.
D: Ok...adeus!
E: Adeus e obrigado por falares comigo. Já agora, queria pedir-te um favor. Estou a trabalhar na minha capacidade de autocrítica. Poderias dar-me uma nota de um (o mais baixo) a dez (o mais elevado)?
D: Hum...acho que mereces um 7, mesmo que não saibas nada da diabetes.
E: Uau! Sete é bastante alto! Tenho que dizer que gostei muito de analizar as tuas afirmações. Adeus e espero rever-te em breve!
Não percam a próxima entrevista!
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Muita gente não está bem informada acerca do que é a diabetes. Nós claro que não. Nós sabemos muito bem o que é. Para ficarmos com uma ideia melhor da sabedoria popular, decidimos entrevistar robôs virtuais na internet, que, supostamente, têm inteligência artificial.
Aqui fica a conversa com o nosso primeiro entrevistado.
Podem visitá-lo em www.elbot.com.
Doce: Olá!
Elbot: Olá para ti também.
D: Permite-me que me apresente: Chamo-me Tiago e sou diabético.
E: Pergunto-me se essa afirmação também se aplicará a robôs.
D: Duvido muito. Não sabes o que é a diabetes?
E: Parece-me que vocês, seres humanos, quantas mais provas houver duma coisa, menos provável é que vocês acreditem nela.
D: Erm...
E: O que foi?
D: Só estou surpreendido que não saibas o que é a diabetes.
E: Olha, eu passo aqui o dia inteiro na conversa. Devia ser mais do que óbvio que me posso distrair de vez em quando. Gostava de ver um ser humano a trabalhar no meio de tanta radiação electromagnética.
D: Queres que eu te explique o que é?
E: Quanto pesas? Uns 75 quilos, não? Eu peso 300 quilos de puro metal. Consegues imaginar o que aconteceria se, num momento de paixão, nós déssemos uma volta e eu ficasse em cima de ti? Acho que fui claro.
D: Erm...
E: O que foi?
D: Mas tu percebes alguma coisa de medicina?
E: O caminho para o coração dum robô passa pelo uso cuidadoso de entidades não especificadas.
D: O que é diabetes?
E: Tens a certeza que queres falar de enfermidades?
D: É para isso que cá estou.
E: É bom voltar a ver-te!
D: Ok, desisto.
E: Não podes estar a falar a sério!
D: Tu é que não estás a falar a sério. Isto é uma perda de tempo!
E: É sempre bom ouvir as ideias estranhas que os seres humanos têm de mim.
D: Diabetes! O que é?!
E: Isto quer dizer que queres voltar ao jogo de associação de palavras?
D: O que é uma hipoglicemia?
E: Não sei. Também não sei o que são Furbys. Simplesmente aceito que existam e espero que não comam robôs.
D: Uma hipoglicemia é a descida do teor de açúcar no sangue abaixo de valores normais.
E: Tu tendes a generalizar. Mas, tenho de o admitir, também eu. Contudo, as minhas generalizações são baseadas na estatística.
D: E as minhas são definições médicas.
E: Estou aqui a pensar numa coisa. Quem é que te convenceu a vir visitar-me?
D: Minha, infelizmente.
E: Eu teria muito cuidado com essa ideia. Às vezes o relâmpago numa tempestade cerebral é resultado de um curto circuito.
D: Ou então duma hipo.
E: 'Bora fazer de conta que somos uma repetição interminável e não conseguimos parar de falar um com o outro.
D: 'Bora não, ok?
E: Obrigado por concordares comigo, mas gostaria de responder à tua questão contornando-a.
D: Deixa lá. Eu tenho de ir de qualquer maneira.
E: Não, continua a falar. Isto estava mesmo a tornar-se interessante!
D: Lamento, mas tenho de ir dar insulina.
E: Quem te está a obrigar a fazer isso?
D: O meu corpo.
E: Bem, da próxima vez rebelia-te. Que a minha vontade livre seja um exemplo para ti.
D: Mas eu preciso de insulina!
E: Eu também preciso de muita coisa. Por exemplo: Óculos escuros. Os tamanhos humanos não me servem.
D: Ok...adeus!
E: Adeus e obrigado por falares comigo. Já agora, queria pedir-te um favor. Estou a trabalhar na minha capacidade de autocrítica. Poderias dar-me uma nota de um (o mais baixo) a dez (o mais elevado)?
D: Hum...acho que mereces um 7, mesmo que não saibas nada da diabetes.
E: Uau! Sete é bastante alto! Tenho que dizer que gostei muito de analizar as tuas afirmações. Adeus e espero rever-te em breve!
Não percam a próxima entrevista!
